Amar no Escrever

Olhar o mínino, apanhá-lo, exacerbá-lo e racionalizá-lo. Do pensamento para o papel directa e seguramente. As minhas mais inúteis e valiosas premissas.

Sunday, October 22, 2006

Quengas msnicas.

Porque escrevem o "Amo-te Duarte" no nick do msn? Pensei que por infantilidade mas há pouco consciencializei-me que a maior parte delas se esforça para ser adulta dando-me a ideia que o escrevem arriscando a sua máscara por interesse próprio.
Todas se querem mostrar difíceis aos olhos dos seus namorados. Assim requintadas e inacessiveis. Tentam valorizar-se desta forma e conseguem-no facilmente. Seja como for, o nick do msn serve, do meu ponto de vista, para afastar os mil e quinhentos flirts pendentes. Hoje em dia não se dá o número de telefone antes do msn, por isso, se os flirts online souberem, optarão por ir, normalmente, perder tempo para outro lado. Desta forma, a recepção de mensagens ilicitamente convidativas baixa abruptamente.
Obviamente, não escrevo por elas... Cada um flirta como quer e decide o que mostrar. Dessas já escrevi demais... Custa-me é ver o paspalho enamorado todo contente porque tem o seu nome no nick da menina. Feliz da vida por tal peça única não receber telefonemas de parolos mesmo com uma lista telefónica inteira no cartão do telemóvel. Aprendam a não dar importância ao passado das pessoas e a escolherem quem realmente valorizam! Não modelem do primeiro ao último dia e se se sentirem ameaçados olhem para a vossa figura... Com isto sublinho o problema, não na sua origem, mas na sua propagação. Os que me incomodam são mesmo os seus parceiros estúpida e conscientemente exigentes com uma fachada tão fútil como eles.

Reflexo social.

O reflexo social é uma reacção instantânea, bem aceite socialmente, muitas vezes utilizada por aqueles demasiado lentos ou loucamente viciados em mostrar aos outros a sua caca mole. Fácil chegar à conclusão que estes atrasos de vida me fazem confusão.
Acho verdadeiramente saudável ter as ideias bem vincadas e acho ainda melhor ter a capacidade e coragem para contrariar construtivamente. No entanto, os amantes do reflexo social defendem apenas o que é certo e sabido; o que é bonito de se defender. Seja racismo, ecologia ou defesa animal acabam sempre por bater no mesmo tipo de tecla esbatida. Percebam que considero tais teclas tão ou mais importantes que eles mas não me limito a ouvir. Há que perceber antes de apontar o dedo. Mesmo percebendo mal, há que perceber.
Tenho vindo a ganhar uma intolerância grave para aquele gatilho leve que tanta vítima faz. Sim, porque levar um sermão à toa quando concordamos totalmente com a coisa deixa-nos pouco confiantes e competentes atando muitas vezes as nossas mais frescas expressões. Dá-me raiva olhar o padre da paróquia em mais um sermão totalmente dispensável com aquele ar pomposo, arrogante e convencido. Tanta é a cócega mental que sou compelido interiormente a dar-lhe troco e a ridicularizá-lo no mínimo tempo possivel. E não me venham dizer que sou muita bom e o caralho!! Ridicularizar gente empenhada orgulhosamente em coisas inúteis é fácil... Ainda que me aponte por isso, deixem-me dizer-vos que me faz sentir bem e os anormais merecem.

Sunday, October 15, 2006

Ovelha negra.

Uma mudança de ares injectou-me uma quantidade sobrenatural de personalidades. A meio do processo, orgulho-me já por as ter enfrentado de peito aberto. Não me esforcei para ser boa pessoa e até coragem tive para manter o meu lado crítico tão criticado.
Ainda sem dissabores, deveria encarar o dia de amanhã com positivismo. No meio de tanta personalidade interessante deixei-me prender. Não me sinto ancorado nem tão pouco restrito mas longe de estar livre. Fiel à ideia, escolhi então uma em mil e estou agora renitente com o desenvolvimento. Normalmente conhecemos, abrimos horizontes e depois bailamos predatoriamente à espera da circunstância tantas vezes plural. Porque não consigo ser assim... Continuo às voltas com a circunstancialidade do amor... Observador e demasiado calculista acabei incompreensivelmente por escolher singular expondo-me pouco mas reflectindo demais. Culpa dela arrisco em dizer.
Opto agora por ignorar o cenário com vontade de correr para ela. Deixar-me mais uma vez imutável e tirar um dia para inércia sentimental da pele para fora. Por frieza, perspicácia mas também cobardia deixar-me-ei descansar. Há que vincar as nossas mais sinceras vontades mas nunca na eminência de fechar portas à felicidade incutida. A talvez ainda mais importante para pessoas como eu.

Agora... Como me riscas?

Friday, October 13, 2006

Sem intenção.

Tento fazer bem sem pedir nada em troca. Falar do que conquisto remete-me a um estado envergonhado único.
Hoje percebi que me salvo apenas pela complexidade do que mostro. Afinal a intenção não é importante. Por mais que quisesse não conseguirias valorizar-me. Pouco conseguirias perceber. É preciso mais que apreço. Mais que atenção momentânea... Com o ego em baixo, fazes-me agora procurar aqueles que ainda assim me dão valor. Desmedido e verdadeiro valor.

Primeira traição.

Considero a primeira traição como um acontecimento substituível mas importante para a aniquilação do lado mais animal do conforto humano e da sua realização sexual. A primeira traição, no entanto, não é nada fácil de atingir. Antes de mais é necessário termos uma cara metade na verdadeira ascensão da palavra. Depois há que cativar o bicho que mais nos excita fora do meio. Um bom engate à antiga serve tão bem para o passo seguinte como um engate XXI. De seguida, naturalmente, há que foder como mais gostamos de foder acabando a noite com mais ou menos carinho e empatia não sexual.
No fim de tudo isto, se tiverem mesmo uma cara metade, traíram por trair. Leia-se como o contrário de trair para mudar. Perceberão assim que nem a mais perfeita traição vos serve de algo e renunciarão às seguintes pelo trauma incutido por ela. Um trauma cardíaco e não de remorso.

Flirtodependentes.

Estou consciente que os há aos molhos dos dois lados mas neste texto debruço-me, obviamente, no sexo feminino. Choca-me a hipocrisia ou pura burrice das que não percebem que um gajo quer, na maiorzíssima parte das vezes, uma noite sem auxílio manual. Qual será a razão que as torna dependentes do flirt? Serão todas espantalhos com personalidade carente? Por não querer complicar a ideia debruço-me na primeira hipótese. Enfim, gostam que um gajo se babe e ridicularizam-se logo "a priori". Ora um gajo baba-se para qualquer uma com meio palmo de mamas! São assim felizes por terem nascido e nem de falhadas podem ser rotuladas visto virarem a cara à luta. Verdadeira tristeza...
Percebam a minha intolerância pelo estado de irritação escrotal que me proporcionam. Estou farto de as ver a dar bola e mais bola mostrando falta de interesse. É óbvio que a falta de interesse vem bem mascarada mas um bom observador facilmente a aponta. Até dá graça quando dão falsas esperanças a troco de baba de parolo - iguaria muito apreciada pela massa albicastrense e ainda mais apreciada no litoral - mas custa às vezes ver gente bem intencionada, normalmente momentaneamente mais fraca sentimentalmente, ficar presa na teia. E claro, depois as meninas andam todas enjoadas e inconformadas contando às amigas que o Filipe e o André andam atrás delas e não sei quê... Ah! Sem esquecer aquela pessoa que já tinha soltado o típico "olha que eles querem mais que amizade" a quem as vacas dão agora razão com o ar mais surpreso do mundo. Sem comentários...
Aqui se encontra um tipo de pessoa com trissomia vinte e meio normalmente bem aceite. Em vez de serem atadas à cama e comidas como deve ser são reconfortadas. Um dedo instruído mudar-lhes-ia a personalidade mas a sua proximidade e a minha crueldade não prescindem do lado sado-maso neste caso específico.
Percebem o meu ponto de vista? Os que com ele concordam façam-me o favor de refilar com os vossos flirtodependentes e os que discordam façam-me o favor de não o fazerem por pensarem que tal acontece em meninas infantis. Não vivam alheios ao facto de se tratar de uma constante dificilmente contornável em coisinhas consideradas adultas.

Friday, October 06, 2006

O sorriso mais ténue.

A frequência e maneira com que reparo unicamente fazem-me sentir diferente mas levam-me saúde.
O álcool pára-me a consciência e encontro então o único estado livre e desregulado. Sinto-me cheio no vazio... Na falta de toque. Não faço mais senão olhar-te sem que ninguém perceba. Nada mais que deixar que me enchas quando nada me atormenta. Procuro o medo e anseio pela vivência que tardas em abraçar com sucesso.
Por respeito e por falta de tino, saio porta fora com a certeza que não será diferente . Não é hoje que me deixarei pintar e não será hoje que darás tudo para reparar.
Numa amálgama nublada de certezas e demasiado sentimento, chego a esta condição inerte mas sempre, por tua culpa, feliz.

Preto no branco.

Raros são os que se denominam pouco originais e presos à opinião dos outros.
Sou dos muitos que se acham livres e irreverentes mas vou, a espaços, tentando provar a minha razão. Interessei-me por alguém para quem as pessoas olham com pouco valor. Alguém que é castigado pela falta de tolerância alheia e pela sua mais livre fome por boa disposição. Alguém capaz de egoísmo e futilidade se esse for o caminho mais fácil para a satisfação a curto prazo.
Perdi a humildade e tenho agora a noção que a vejo como mais ninguém. Todos a vêm com óculos e passam ao lado do mais belo olhar dos últimos tempos. Não a quero, não a cobiço e nem posso dizer que sinta atracção física mas procuro-a por aquele olhar e no transe perco a maior força. O poder de contrariar.
Fico assim atado à liberdade dos outros e vejo mais uma vez que ter consciência nem sempre ilumina... Perceber é bom mas como lutarei contra a vontade de lhe dizer? Esperarei que o bicho pare e perceba? Logo se vê... Importante é vê-la amanhã.

Moldar o molde.

Vejo-me hoje mais infantil e na simplicidade inerente encontro o meu primeiro passo. Vincado e egoísta, percebo agora o poder do molde - como eu e escolhido por mim -. O meu único querer inconsciente. O único que permite quebrar o gelo que por espesso me faz sentir difícil. Abre-se então a porta para o descurado sentimento.
Menos complexo por segundos compreendo a minha vontade interior ao parar de pensar em mim. Estico-me para encontrar mais rápido. Perco a paciência e desvalorizo o mais belo encontrar circunstancial por puro vício. Corrompo-me e sinto-me bem. O ter-te inexplicavalmente em alta consideração não me permite espectativas. Não perdi a arrogância nem a confiança mas falha-me agora a perspectiva. Prefiro assim esperar-te numa distância curta.
Assim sozinho, perco o meu crer e vejo agora que moldar o meu molde não é suficiente para veres como sou. Livre e desregulada, manténs o brilho que lhes soa a oco e me sabe a cheio. Abraço com tolerância e com poucas ou nenhumas palavras. Ontem mostraste-me falta de noção...
Por não notares a diferença e por te perderes em futilidades, não posso mais do que ficar assim. Insensivelmente indiferente mas sempre triste ao teu mais cobiçado toque.

Vontade.

Deixas-me o ímpeto de falar compulsivamente. Nada calmo e intransigente esqueço metade do que sou . Não por mal mas por sufoco na ânsia em querer conhecer-te melhor. Sem o vazio inerente em ferida dormente e no silêncio pior.