Poder na imperfeição escrita.
Leio as minhas palavras. Escrevi certezas momentâneas e os textos acabam por me falar, em parte, como falam para vocês.
Tento manter a ideia inicial. Ver as coisas que muitos ignoram, agarrá-las e despi-las no momento, instintiva e livremente.
Apercebo-me de um valor. Poucos sentem o amor ardentemente no momento. Para a maioria o amor está longe ou é já dado adquirido e conhecido. Fugir com as palavras à monotonia geral cativa-me.
Abraço agora um novo dado. Sendo quadrado em todas as artes olho a minha vocação como um traço de personalidade. Passo o raciocínio directamente para o papel. Pensamentos curtos e directos tiram a presunção da escrita e a sua impossível genialidade. Deixo no entanto o nu e cru sem intenções e sem procurar a concordância. Na sinceridade, mediocridade e imperfeição escrita ganho aliados contra a apatia. Sinto agora o seu poder nascido no esquecer da pedância.
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