Amar no Escrever

Olhar o mínino, apanhá-lo, exacerbá-lo e racionalizá-lo. Do pensamento para o papel directa e seguramente. As minhas mais inúteis e valiosas premissas.

Tuesday, August 29, 2006

Amor e Paixão.

Perguntam se o que escrevo está mesmo debruçado no amor. Alegam portanto que fale muitas vezes de paixão. Começo então por abrir pessoalmente os dois conceitos; ambos existem independentes mas podem como é óbvio coexistir. Quando falo de amor na primeira pessoa refiro-me a essa coexistência. É portanto ao amor apaixonado que dou mais valor.
Para muitos falar-lhes de amor remete o seu pensamento à terceira idade e aos avós que estão casados há quinhentos anos. Falar-lhes de paixão remete-os à adolescência. Isto é com cada "mentecaptice"... Segundo a minha óptica, o amor sofre metamorfoses ao longo da vida. Quando alguém se consciencializa que ama está obviamente apaixonado. Pode depois perder essa paixão, esse calor, voltando novamente a senti-la. Por isso é tão importante ter o amor consciente evitando o descrédito momentâneo muitas vezes inevitável. Por isso é tão importante o querer conquistar o amor todos os dias e, ao mesmo tempo, o ser tolerante. Estas duas vontades são a meu ver as mais importantes. Já perguntei num dia bom se a fazia feliz recebendo um sim com um sorriso bem aberto. Já perguntei num dia mau se a fazia feliz recebendo um sim com um sorriso consciente e carinhoso. Existe aqui a tolerância para com a minha falha temporária mas sempre a noção suprema que dou o meu melhor todos os dias. Assim vai-se longe.
A paixão é aquele apertar incontrolável que na distância até nos dá azia enquanto o amor é o nó na garganta que na proximidade só se acalma olhos nos olhos. Nenhum deles pendente do terceiro, a não menos importante, atracção sexual. Mas com essa ainda ninguém refilou por isso não me vou alongar. A paixão vem normalmente primeiro que o amor e quando me refiro a amor apenas na presença de paixão abraço já a inevitabilidade da coisa. Ver mais além é normalmente a intenção de quem se pensa a sério. Sentir o que se está para sentir será a última fronteira.

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