Amar no Escrever

Olhar o mínino, apanhá-lo, exacerbá-lo e racionalizá-lo. Do pensamento para o papel directa e seguramente. As minhas mais inúteis e valiosas premissas.

Monday, September 04, 2006

Ponto final, parágrafo

A culpa por não estarmos juntos é das palavras. Não só das que te escrevi mas também das que optei por apagar ou guardar. Podia jurar que no dia em que conseguisse escrever assim teria a oportunidade de fazer uma mulher feliz. Tinha a certeza disso e perdi a fantasia que me abraçava em todas as palavras que busquei. Grande parte da magia acabou. Hoje sou o homem do costume... O tal que tem muito e ama pouco. Queria tanto voltar a sentir que perdi o controlo com a pessoa mais fascinante que conheço. Por isso desculpa. Pensava mesmo após a escrita que teria a minha chance. A oportunidade que queria não ia deixar fugir e provar-te-ia todos os dias que a mereço sempre. Conquistar-te-ia no dia-a-dia das maneiras mais surpreendentes como antes. Não estou triste mas sinto-me perdido. Como se a coisa que mais quisesse ficasse inacessível de um dia para o outro. Raspo-me por dentro para que saias a mal e ignoro vozes de fora que me chamam para elas e dizem que me querem a valer. Ignoro-as sem exitar... Enquanto me raspo consciencializo-me que te devia ter dito tudo olhos nos olhos. Tens pouco tempo passado a meu lado sem me julgares. Não sabes a segurança que transmito nem as acções de que sou capaz para te fazer sentir a melhor. Errei, portanto, em todos os passos que dei. Sei que sentes que fiz tudo muito bem e muito sinceramente mas é impossível cobiçares alguém tão fácil e distante! Sensibilizares-me foi simples. Raspo com mais força e ignoro a ferida que vou fazendo. Abro-a tão profunda que me entras na circulação e sinto o corpo a encher de vontade. Não a controlo e é aqui que decido vir escrever-te. Perdes-me à velocidade dum grito assim como senti que te ganhava. Fecho os olhos e sinto-te forte cá dentro na incapacidade de te expulsar. Não me alimento. Tenho fome mas se comer vais viver e crescer mais. Morres definitivamente e contigo morre muito do meu sangue. Na morte senti o teu abraço e quase acredito que não percebes o que rejeitas, que não compreendes o que tens e que devia ter mais paciência continuando, subtilmente, a minha dedicação a ti. Enfim... Devia fazer as coisas do início bem feitas e vontade não me falta. O que me pediste não foi isso e a incapacidade de te contrariar num pedido directo faz-me sentir único e valioso mas também ridículo. Sou o tal "excessional" que cumpre a sua palavra para que vivas feliz mas que deixa fugir o mais belo canto de ave que ouviu.
FODA-SE! Foste a minha paixão. Tive paixões na adolescência mas sou já vincado e decidido. Grito para mim e continuas a minha paixão. Perdes hoje aquele que te deixa apenas porque pediste. Perdes hoje aquele que te sentiu como se o "nós" fosse destino. Aquele que morreria a ouvir-te, a beijar-te, a moldar-te, a sentir-te, a limpar-te, a aquecer-te, a falar-te e a mimar-te não por opção mas por puro gosto. Na última vez que te escrevo não o faço alegre como queres e mereces. Guardava palavras felizes para o resto do nosso "nós". Para depois de um beijo. Miúda, desculpa.

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