Amar no Escrever

Olhar o mínino, apanhá-lo, exacerbá-lo e racionalizá-lo. Do pensamento para o papel directa e seguramente. As minhas mais inúteis e valiosas premissas.

Monday, September 04, 2006

Companheirismo amoroso.

A generalização do que escrevo tem de ser esquecida neste texto. Tenho o cuidado de escrever acerca de dados gerais, obviamente, a vulso sentidos antagonicamente ou não. Neste texto escrevo algo que questiono quanto à sua generalidade. É portanto uma ideia de relacionamento pessoal que não consigo evitar e acredito ser das poucas pessoas que o tenham ou, ainda menos, que dele se apercebam.
Dedico-me aos amigos a sério sendo incapaz de os ter a torto e a direito. Para mim podemos ter os companheiros e compinchas que quisermos mas os verdadeiros amigos temos de ter poucos.. Importante é viver incessantemente grandes amizades e tê-las em abundância trará insuficiência a umas, banalização de outras e desapêgo ao "me time".
Existe, no entanto, uma espécie de companheirismo que desenvolvo com muito poucos companheiros do sexo oposto. Uma espécie de amizade que está longe da cumplicidade e abertura total devido apenas à atracção sexual. Por mais empatia e compatibilidade que veja numa dessas amigas sou incapaz de lhe falar acerca de amores e coisas do género. Sou também incapaz de conversas fúteis e desinteressantes. Quando estou com elas fico num estado dormente em que, inconscientemente, sou levado a procurar o melhor em mim e a extravasá-lo no momento. Quando não o consigo fazer fico chateado por não me ter sentido boa companhia. É uma relação sincera, acesa e regular em que a mudança que me incute no estado não leva à falsidade e desonestidade. É uma relação saudável de flirt constante sem qualquer pretensiosismo. Relação que abraço de uma maneira especial por ser impossível de procurar.
A força do companheirismo amoroso está na incapacidade de o explicar correctamente, na ânsia de o viver regularmente e na necessidade de o manter para sempre. Assim me apercebo de mais um traço meu e saio de casa sabendo que, no meio de risadas e parvoíces, estarei com alguém que não busco mas que me ate o raciocínio como se buscasse.

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