Amar no Escrever

Olhar o mínino, apanhá-lo, exacerbá-lo e racionalizá-lo. Do pensamento para o papel directa e seguramente. As minhas mais inúteis e valiosas premissas.

Thursday, September 21, 2006

Orgulho na depressão.

Lembro-me do sorriso que me davas quando chegava. A importância da sua constante inconstância. Certo é o facto de me deixares de sorrir nalguns, poucos, dias. Dias em que acabámos por discutir a pouca companhia. Nunca consegui explicar-te a minha reacção menos entusiasmada na falta desse sorriso precoce por medo de lhe retirar a espontaneidade. Percebes portanto que mais valia discutir por perdê-lo sem to dizer do que arriscar perder outro.
Sou capaz de falar dele porque já não o tenho. Sim, é verdade, definitivamente.
Estes pormenores metem-me agora um leve twist nos lábios. Julguei-me especial por balançar entre a minha ténue linha entre o contentamento e a depressão e hoje julgo-me de maneira diferente. Hoje reparo que misturo o estado... Sinto-me feliz na depressão e completo no vazio.
Não te cobiço por falta de crer. Abraço portanto o altruísmo na agora distante relação. Perdi insignificâncias, amizades, vontades e discussões mas nunca antes me tinha sentido derrotado. Apercebo-me desta sensação como ponto final, parágrafo, travessão. À distância vejo muitos defeitos e isso prova que te amei. Amar foi tolerar sem esforço e muitas vezes sem consciência. Por isso sinto-me bem. Vivo longe da depressão não conseguindo no entanto esquecer-te. Em espaços que partilhámos chegam-me pensamentos alegres que remetem à minha condição. Percebo que não sofro de amores mas devo ser dos poucos que amam assim, ainda que na falta de outra opção, por escolha própria.

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